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Animação Missionária da Inspetoria Salesiana de Campo Grande - No 14 Jan/Fev 2015

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No 14 Jan/Fev 2015 – Animação Missionária da Inspetoria Salesiana de Campo Grande MS O Início da Presença Salesiana entre os Bororo de Merúri

Nesta passagem de ano comemoramos mais uma vez a façanha dos fundadores da Missão que hoje se encontra em Merúri. Vejamos alguns aspectos dessa “loucura” evangélica. Em 1895 os salesianos tentaram uma presença entre os Bororo de Tereza Cristina que, porém, não foi bem sucedida, pois o trabalho missionário junto a um destacamento militar de 50 soldados não combinava muito com o jeito missionário. Como fruto dessa primeira e breve experiência, o Pe. Bálzola e seus companheiros obtiveram o conhecimento da língua e cultura bororo para a nova missão.

A nova expedição, destinada à região dos Tachos, saiu de Cuiabá aos 17 de dezembro de 1901. Dela tomaram parte os padres João Bálzola e José Salvetto, os salesianos coadjutores Silvio Milanese, Domingos Minguzzi e Tiago Grosso, os noviços José Sabino, Pedro e Quirino Silva, as Irmãs FMA Rosa Kiste, diretora, e Madalena Tramonti e Luiza Michetti, as jovens leigas Joana Gervásio e Maria Timóteo. Na comitiva também havia cinco empregados.

A viagem de 400 km (no dizer do Pe. Rua 500 km) no lombo de animais foi demorada, e foi feita no início da estação de chuvas intensas. Tudo tinha que ser carregado pelos animais de carga.

Chegaram ao destino um mês e um dia mais tarde, aos 18 de janeiro de 1902, debaixo de chuva, e com os missionários usando indumentária europeia. A 40 km de distância da colônia havia um posto telegráfico, do qual foi enviado um telegrama ao Pe. Malan. Naquele tempo, os “pacíficos” trabalhadores procuravam penetrar no território dos índios, não faltando desavenças entre eles, os garimpeiros e os bororo. Os indígenas se defendiam contra a invasão do seu território. De ambos os lados havia mortes em confrontos frequentes. Como somente era conhecido o lado dos “brancos”, também os missionários consideravam os índios ferozes, bárbaros e selvagens.

Os missionários tiveram que esperar o primeiro contato com os indígenas por meses, o qual aconteceu somente em 08 de agosto de 1902. Nesse período, os missionários e missionárias se ocuparam com muitas atividades, ao construir os ambientes da nova missão dos Tachos.

O lugar foi chamado assim por causa de grandes buracos na terra de arenito provocados durante o tempo das chuvas.

Enquanto trabalhavam, pairava entre eles a grande pergunta: “Como será o primeiro encontro com os bororo desta região”? Se os missionários trabalhavam e esperavam, os bororo, por sua vez, observavam os missionários às escondidas e discutiam entre si como enfrentar estes novos “intrusos” em seu território.

No dia 7 de agosto de 1902, um jovem do grupo missionário comunicou que viu dois índios a pouca distância da Missão.

Depois de uma noite entre sonhos e orações, no dia seguinte Pe. Bálzola mandou arrear dois cavalos, um para ele e o outro para um companheiro, para ir ao encontros dos indígenas. Nos seus escritos Pe. Bálzola comenta: “E quando estava para partir, escuto gritar: Padre, eis os índios! Saio logo e vejo cinco bororo robustos e fortes, todos pintados, de cabelos compridos, armados de arco e flecha, que diziam: ‘Padre, bororo boa, bororo boa!’ (Padre, somos bororo bons).

Àquela voz de ‘boa, bororo boa’, saída da boca do cacique Joaquim, eu corri ao encontro deles e os abracei, dando-lhes as boas-vindas, com as frases mais comuns: ‘Ikiarigodure tawogai; itaidu makaguragere tai’, – ‘Eu estava ansioso de ver vocês; eu gosto muito de vocês’. Dizendo isto, convidei-os a entrar na nossa choupana.

Ofereci-lhes algum alimento, dei-lhes fumo de que tanto gostam e comecei a explicar-lhes o motivo de nossa missão. – ‘Nós viemos a este lugar’, disse-lhes, ‘com o único fim de fazer-vos o bem e de defender-vos da perseguição dos ‘barae’’. – ‘Os ‘barae’, disseram eles, são maus e nos matam’.” Os Bororo esperavam que os missionários lhes trouxessem a paz, e não foram desiludidos.

(cf. Don Michele Rua nella Storia, ISS Estudi 27 LAS, p.373 ss.) Acadêmicos Xavante e Bororo na UCDB Desde 2013, a Missão Salesiana de Mato Grosso concedeu a 12 acadêmicos indígenas, das etnias Xavante e Bororo, bolsas de estudo integrais na UCDB, ação que também beneficia indígenas de outras etnias. Os acadêmicos Xavante e Bororo receberam ainda bolsas de alimentação e de moradia. A partir de 2005, o NEPPI (Núcleo de Estudos e Pesquisas de Populações Indígenas da UCDB), através do Projeto “Rede de Saberes”, organizou monitoria aos indígenas nas matérias nas quais eles têm maiores dificuldades, como português, matemática e em algumas disciplinas específicas. Passados dois anos, cinco estudantes indígenas Xavante permanecem estudando na UCDB. Em dezembro passado foi realizado um novo processo seletivo para estudantes indígenas em Sangradouro (MT). Dos 34 candidatos indígenas inscritos, 18 foram aprovados. Os oito primeiros receberam da Missão Salesiana bolsas de estudo integrais na UCDB e bolsas de alimentação e de moradia. Os indígenas escolheram diferentes cursos, como Pedagogia, Letras, Nutrição e Direito. Alguns estudam no período noturno, enquanto os outros estudam pela manhã, conforme A programação de cada curso. Padre Georg Lachnitt foi designado pela Presidência da Missão Salesiana de Mato Grosso o novo responsável em acompanhar os estudos desse grupo de indígenas Xavante e Bororo na UCDB. Pe.

Georg substitui o Mestre Antônio Teixeira, que esteve com os estudantes durante os dois primeiros anos da experiência, e a quem os acadêmicos indígenas agradecem pelo trabalho realizado junto a eles.

Formação Missionária na Paróquia São Domingos Sávio debatido em vista da problemática que envolve as escolas indígenas nas aldeias, e também pela presença cada vez maior da juventude indígena em escolas nas cidades. Valores importantes da educação tradicional estão sendo prejudicados. A educação ao trabalho dos meninos acompanhando os pais nas atividades tradicionais foi prejudicada pela escola que ocupa esse tempo. Como resultado, percebem-se jovens e adultos que não têm mais amor ao trabaespecial para a catequese dos 3º e 4º domingos da Quaresma, observando-se seus conteúdos e expressões simbólicas. O mesmo foi feito com as leituras da Vigília Pascal.

Padre Georg assessorou ainda o terceiro tema: um estudo sobre a língua indígena Xavante. Foram oferecidas fichas de papel com expressões em Xavante e suas respectivas traduções em Português, e os participantes fizeram a devida relação.

O estudo da língua Xavante é um desafio Nos dias 13 a 15 de fevereiro de 2015 estiveram reunidos missionários e missionárias da Paróquia São Domingos Sávio (MT) para Formação Missionária. Participaram Pe.

Bartolomeu Giaccaria, pároco, Diácono José Alves, Me. Lauri Dorneles, Ir. Vilman Echeto, Ir. Nancy Caicedo, Pe. Georg Lachnitt, Ir.

Cleide Palo Janeiro, de Sangradouro, Ir.

Luziene Damasceno, de São Marcos e Ir.

Úrsula Costa Guimarães, missionária recém-chegada do Timor-Leste.

O primeiro tema, assessorado pelo Pe.

Giaccaria, foi sobre os atuais desafios da educação tradicional Xavante. Esse tema foi lho tradicional. As meninas igualmente não estão sendo mais educadas ao lado de suas mães no cuidado das crianças e na coleta de frutos e da roça, devido à sua presença na escola.

O segundo tema, assessorado pelo Pe.

Georg, tratou da catequese na Iniciação Cristã a partir da liturgia celebrada. As leituras da Quaresma do “Ano Litúrgico A” se referem explicitamente à iniciação e seus significados. Mais ainda, o ano litúrgico como tal, pelo anúncio da Palavra de Deus, abrange todo o conjunto do mistério cristão. Foi feita uma preparação permanente para os missionários, e tem sido aprofundado sistematicamente ao longo dos anos nas reuniões da Paróquia e em outros momentos de formação. Ao final da reunião, foi colocada em comum a programação das atividades paroquiais e a respectiva formação de agentes de pastoral e de ministros da Palavra. Na avaliação dos participantes, é importante haver momentos de forte formação como o proporcionado durante esse encontro. E os temas, tratados com a devida profundidade, colaboram para uma melhor atuação.

cêncio Tsere´rãrataroiwẽ e José Geraldo Kadora Tseretsu, indígenas da etnia Xavante, são dois dos novos salesianos. Eles estudaram o Ensino Fundamental e Médio em Sangradouro (MT), e vieram da aldeia São José. Luiz esteve um ano no Seminário Diocesano de Paranatinga (MT). Ambos iniciaram o caminho vocacional na própria comunidade, e em agosto de 2012 fizeram pedido para entrar na vida salesiana. Em 2013 participaram da etapa formativa do Pré-Noviciado e no ano passado fizeram o Noviciado. Após a Profissão Religiosa, agora eles farão a caminhada do Pós-Noviciado no Instituto São Vicente, em Campo Grande MS, junto outros jovens salesianos, empenhando-se No dia 31 de janeiro, cinco noviços da Missão Salesiana de Mato Grosso realizaram a Primeira Profissão Religiosa em Curitiba PR. Luiz Inotanto nos estudos quanto nos demais trabalhos do seminário. Sejam bem-vindos à Congregação Salesiana. Como jovens salesianos indígenas da etnia Xavante, contribuam com seu carisma original, sendo missionários aos jovens do povo Xavante e de toda a Missão Salesiana de Mato Grosso, conforme apelo do Papa Francisco: “Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel”.

Inspetor: Pe. Gildásio Mendes dos Santos DIAM: Pe. Georg Lachnitt Coordenação: Pe. Georg Lachnitt Revisão: Ir. Tarley Nunes Guia da Mata Cabeçalho: Lays Giuseppin lachnitt@ucdb.br | Rua Padre João Crippa, 1437 - Campo grande MS