N° 09 - ABRIL/MAIO de 2014 - Animação Mi s s ionár i a da Inspetor i a Sales iana de Campo Grande - MS
5 0 A n o s d e p r e s e n ç a m i s s i o n á r i a d a s F M A
No dia 25 de abril deste ano as Irmãs
Filhas de Maria Auxiliadora festejaram
50 anos de presença missionária entre os
Xavante de São Marcos. Os salesianos
antecederam as Irmãs, abrindo a Missão
no dia 25 de abril de 1958, dia de São
Marcos. É por essa razão que a Missão
de São Marcos é chamada de Missão
Salesiana de Mato Grosso – São Mar-
cos. Naquele tempo as Irmãs assumiram
plenamente o atendimento à saúde dos
indígenas. Nesse tempo estiveram ati-
vamente presentes na educação escolar,
sobretudo das meninas. A catequese foi
outro campo com que se ocuparam com
muita dedicação. Além de tudo isso, car-
regaram o peso da cozinha que naquele
tempo atendia aos meninos, às meninas
e a tantos outros Xavante e também aos
missionários e missionárias. Elas foram
e continuam sendo verdadeiras mães em
toda a Missão. Quando os indígenas fo-
ram transportados por aviões militares
da distante Marãiwatsédé, pouco tempo
depois apareceu uma tremenda epidemia
de sarampo que levou mais de 80 indíge-
nas ao túmulo. Que tristeza para missio-
nárias e missionários! Nos anos de 1980
os indígenas assumiram progressiva-
mente as aulas na educação escolar, mo-
vimento carinhosamente acompanhado
e preparado por Irmãs e Salesianos. Na
mesma época a FUNAI assumiu por si
mesma o atendimento à saúde, aliviando
o peso do trabalho das Irmãs. Começou,
então, uma nova atividade desafiadora:
acompanhar as mulheres nas aldeias na
pastoral da saúde, em geral, particular-
mente na Pastoral da Criança, atividade
que continua até os dias de hoje. Com
a multiplicação das aldeias, uma vez
demarcada a Terra Indígena, as Irmãs
acompanharam até hoje os salesianos
nas visitas pastorais às muitas aldeias.
Com a diminuição das vocações, tam-
bém as vocações missionárias dimi-
nuíram. Elas enfrentam com muita
fé a atividade missionária, contando
sempre com a generosidade do “Se-
nhor da Messe” para que envie novas
vocações missionárias para o enorme
trabalho na messe do Senhor. Lou-
vado seja Deus por tanta generosida-
de até agora e que vai continuar ainda
por muito tempo. Assim esperamos!
Pe. Georg Lachnitt SDB
Juntamente com as Irmãs FMA que che-
garam a São Marcos aos 25 de abril de
1964, veio também uma jovem menina
do internato de Merúri, Josina Ludimi-
la da Silva. Desde cedo ela se familia-
rizou com a língua xavante pela convi-
vência com as meninas e as crianças.
Aos poucas ela se foi envolvendo na edu-
cação escolar, sempre animada pelas Ir-
mãs e orientada nas atividades nas quais
ela prestava colaboração importante
pelo conhecimento da língua indígena.
Tendo cursado o 2º Grau Magistério,
dedicou-se ativamente na escola, diri-
gida naquele tempo por missionários e
missionárias. Por um tempo trabalhou
nos quadros dos funcionários da FU-
NAI no setor educação. Mas porque
devia deixar São Marcos para trabalhar
em outra área, renunciou ao emprego.
Ao lado disso nunca, até o dia de hoje,
deixou de trabalhar com as meninas
na roça escolar cooperando significati-
vamente para a produção de alimentos
para a merenda escolar, mesmo carre-
gando consigo alguns problemas sé-
rios de saúde. Apesar dos conselhos,
sempre anda com a enxada na mão.
Há muitos anos Josina acompanha os
missionários sacerdotes no atendimento
pastoral às aldeias, colaborando na tra-
dução e na catequese dos jovens, sobre-
tudo das meninas. Além disso, participa
ativamente no seu grupo de idade não
deixando de provocar amistosamente
seus adversários, e isso com o vigor de
uma mulher xavante. Ela se inseriu real-
mente no contexto cultural no qual con-
tribui com sua animação de missionária.
Valeu a pena, Josina!
Josina: 50 anos como missionária voluntária
Pe. Georg Lachnitt SDBI n i c i a ç ã o C r i s t ã e m a l t a n a s M i s s õ e s
Expediente
Inspetor
Pe. Gildásio Mendes dos Santos
Delegado do Inspetor para a Animação
Missionária:
Pe. Georg Lachnitt
Coordenação
Pe. Georg Lachnitt
Diagramação
Lays Giuseppin
lachnitt@ucdb.br | Rua Padre João Crippa, 1437 - Campo grande MS
No ano de 2013 aconteceu uma reto-
mada do processo de Iniciação Cristã
em São Marcos. Na TI Parabubu cada
aldeia tem seu ritmo próprio de organi-
zar a Iniciação Cristã dos jovens. Na TI
Areões o processo ainda é recente, mas
várias comunidades se reúnem num úni-
co processo de diversas aldeias, como,
aliás, costumam fazer nos demais ri-
tos de iniciação cultural tradicionais.
Neste ano de 2014 o fervor esquentou
em muitas frentes, pelo que se podem
contabilizar os números seguintes:
Em São Marcos, Paróquia N. S. Au-
xiliadora:
Batizados no Natal de 2013: 58 Cate-
cúmenos em Namuncurá, 63 em Nos-
sa Senhora da Guia e 19 em São José.
Batizados na Páscoa de 2014: 22
Catecúmenos em Salvador, 28
Catecúmenos e Primeira Euca-
ristia em Santíssima Trindade.
No processo de Iniciação Cristã:
36 candidatos novos em Guadalu-
pe, 34 Nossa Senhora de Fátima,
11 em Nossa Senhora das Graças
e 25 em Nossa Senhora Aparecida.
No total 296 candidatos. Para reali-
zar as respectivas celebrações, pro-
videncialmente o Pe. João Bosco e o
Pe. Leal se colocaram à disposição.
Em Sangradouro, Paróquia São José,
que atende os Xavante de três dioce-
ses:12 Candidatos receberam a Primeira
Eucaristia em 2013. Há 105 candidatos à
espera da Apresentação, 6 em Tsõ´repré,
17 em Abelhinha e 5 em Tsihörirã;
No total 145 candidatos.
Paróquia São Domingos Sávio
Em Parabubu: 22 candidatos em Pal-
meiras, 7 na Central, 40 no Espírito San-
to, sendo que 45 dos 50 candidatos re-
ceberam a Instituição do Catecumenato
em São Felipe. Ainda há 35 candidatos
à espera da instituição do Catecumenato
em Santa Clara, 22 apresentados em São
Pedro, 10 em São Mateus e 22 candida-
tos à espera do Catecumenato em São
Domingos Sávio.
No total 208 candidatos em Parabubu.
Em Areões:
52 candidatos estão iniciando a ca-
minhada nas Aldeias reunidas.
Em Marãiwatsédé:
68 candidatos estão se organi-
zando para iniciar a caminhada.
A soma geral nas Missões Salesianas
é de 769 candidatos Xavante, aproxi-
madamente, que estão no processo de
Iniciação Cristã, ou seja, preparando-se
para receber os Sacramentos do Batis-
mo, da Primeira Eucaristia e da Crisma.
Por disposição do bispo diocesano de
Barra do Garças, Dom Protógenes José
Luft, os sacerdotes que presidem a ce-
lebração do Batismo com a Primeira
Eucaristia também estão autorizados a
administrar a Crisma (cf. RICA Int. 46).
Em Sangradouro e em São Marcos
esse processo tinha sido suspenso por
diversos motivos, pelo que alguns no
momento fizeram uma conclusão rápi-
da. No entanto, a caminhada normal é
de dois anos ou mais, tempo necessário
para poder dar conta do processo propos-
to de ritos conjugados com a catequese
respectiva e a experiência da vida cristã.
A comunidade cristã local costuma es-
colher os próprios catequistas e acom-
panhar atentamente todo o processo.
Missionários e missionárias se fazem
presentes periodicamente e são recebidos
com simpatia para contribuir na cateque-
se. Os ritos fortes, como a Apresentação
dos padrinhos com seus catecúmenos, a
Instituição dos Catecúmenos, o Rito de
Eleição e a celebração dos três sacra-
mentos são presididos por um sacerdote.
A vida cristã da comunidade indígena se
mede e se fortifica pelo processo de Ini-
ciação Cristã em andamento. Assim sen-
do, a comunidade cristã indígena se en-
contra em permanente ritmo de iniciação.
Pe. Georg Lachnitt SDB