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MENSAGEM DO REITOR-MOR AO MJS NA FESTA DE DOM BOSCO DE 2004

REITOR-MOR - DISCURSOS, MENSAGENS - PASCUAL CHÁVEZ

 

 

AOS JOVENS DA «ARTICULAÇÃO DA JUVENTUDE SALESIANA»

Mensagem do Reitor-Mor

Turim, 31 de janeiro de 2004

 

Caros Jovens, 

tenho mais uma vez a oportunidade de me dirigir a vós por ocasião da memória litúrgica do nosso Pai Dom Bosco.  

1.  2004, com o Cinqüentenário de ção de s. Domingos Sávio e o Centenário de morte de Laura Vicuña, declarada Bem-aventurada por João Paulo II no magnífico cenário do Colle Don Bosco, no ano de 1988, torna-se para nós uma espécie de ano jubilar, tal como o recorda a Bíblia: um ano de festa e de alegria, um ano para lembrar a presença de Deus em nossa história, um ano para empenhar-nos com renovado entusiasmo no caminho do amor a Deus e ao próximo.
 
Este é o sentido da Estréia que apresentei a toda a Família Salesiana e que agora, caros Jovens, desejo propor também a vós, de maneira toda especial: “Viver a alegria e o empenho da santidade, como medida alta de vida cristã ordinária”.
 
Domingos e Laura nos dizem: a santidade é possível! É como escalar uma montanha: alto é o cume, impérvio, intransitável, é por vezes o caminho e o cansaço vai tomando conta de nós... Entretanto passo após passo o cimo se aproxima diante de nós e à medida que se volve o olhar para trás ampliam-se mais e mais os horizontes, tornando-se cada vez mais profundos e distantes. Assim, a constância, a capacidade e o treino para o sacrifício, a fidelidade aos pequenos e continuados passos do momento, uma dose de força e pertinácia, juntamente com o encorajamento de um bom guia – estes os instrumentos para se chegar à meta.
 
Dizia o Papa João Paulo II, no encerramento da celebração do centenário da morte de s. Maria Goretti, em 6 de julho de 2003: “«Marietta» – assim lhe chamavam familiarmente – relembra à juventude do terceiro milênio que a verdadeira felicidade exige coragem e espírito de sacrifício, recusa de todo o compromisso com o mal e disposição pessoal de pagar, mesmo com a morte, a fidelidade a Deus e aos seus mandamentos. Quão atual é esta mensagem!”
 
2.  Se aumentarmos a lista dos nossos conhecidos, não só dos que já foram declarados e reconhecidos santos mas também de outros, crescidos na escola de Dom Bosco, ficaremos maravilhados e quase surpreendidos. Dispomos de um patrimônio muito rico e variado: começando pelas figuras mais conhecidas, como as de Domingos Sávio, Laura Vicuña e Zeferino Namuncurá, e passando para categoria dos mártires, como os Cinco Jovens Poloneses Bem-aventurados, chegamos até aos vultos com auréola, como a Bv. Teresa Bracco, o Bv.  Piergiorgio Frassati e, em breve, Alberto Marvelli, ou sem auréola, mas igualmente exemplares, como os D’Acquisto, Maffei, Devereaux, Sigmund Ocasion, Fernando  Caló,  Ninni Di Leo, Xavier Ribas, Paola Adamo, Flores Roderick, Domingos Zamberletti, Bartolomé Blanco, Petras Pércumas, Willi de Koster, Cruz Atempa , Renato Scalandri …
 
E de cada um se poderia colher um exemplo, uma palavra, uma atitude.
Poderíamos ainda fazer memória de Domingos Sávio e da sua intrépida decisão e determinação, quando, impressionado pelas palavras de Dom Bosco sobre a possibilidade e a felicidade de se tornar santo, fez este pedido: “Diga-me como devo fazer para começar o empreendimento”.
Fica-se desconcertado pela decisão e força de ânimo de Laura Vicuña, adolescente de 12 anos incompletos, que oferece a sua vida pela conversão da própria mãe.

Assim como é digna de admiração a vontade de viver de Ninni di Leo, condenado à morrer de leucemia, o qual fascina os colegas de hospital com o seu sorriso.
E como não ficar desconcertados perante a espontaneidade de Fernando Caló que à pergunta «E se você morresse?», responde: “Estou pronto! Afinal também no céu se joga futebol!”.
O dia se reveste de novas cores quando relembramos o olhar, a sensibilidade, o amor pelas coisas belas de Paola Adamo, que dizia às suas amigas: “Se Deus é a fonte de todas as coisas, só Ele poderá fazer-nos felizes, não o dinheiro, o poder, o prazer”.

Como não entusiasmar-se com o projeto de vida de Xavier Ribas: «O meu empenho atual assim se poderia resumir: agir nos diversos ambientes em que vivo ... segundo a minha fé... Livrar-me de escravidões é uma condição imprescindível para realizar isto; dedicar-me cotidianamente à oração, que para mim consiste na Leitura da Palavra de Deus, na lembrança dos irmãos e amigos, e uma revisão da minha vida ou de um fato». Estava imerso no empenho progressivo de animar os seus grupos e de estar entre os seus colegas de aula e de bairro. Encorajado e estimulado por seu grupo de formação no Centro Juvenil, grupo que o ajuda a descobrir o chamado de Jesus, relembra: “Olhando para a minha vida e sem saber por que – já que nela não há nada de extraordinário –, parece que Deus me tenha atraído e me tenha chamado; de minha parte, apesar das dificuldades, estou tentando seguir o caminho”.

Como não relembrar a fidelidade de Teresa Bracco à Eucaristia diária sempre no amanhecer, à sua devoção a N. Senhora mediante a récita do Terço no seu cotidiano trabalho de pastoreio...?
E ainda o heroísmo dos Cinco Jovens Oratorianos Poloneses Mártires, envolvidos na animação dos colegas, ligados entre si por interesse e projetos pessoais e sociais, e que juntos nos momentos da prova a vivem com coragem e fidelidade: «Deus nos deu a Cruz e nos está dando também a força para carregá-la».

Finalmente, não podemos deixar de lembrar os exemplos do voluntário Sean Devereaux, o homem do sorriso luminoso, da coragem, do empenho, da coerência, o qual deu a sua vida trabalhando na