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Omelia 2: 50 Canonizzazione Domenico Savio

HOMILIE DO REITOR-MOR - PASCUAL CHÁVEZ

 

Se ele foi assim, porque não o podemos ser também nós?'

CINQUENTENÁRIO DA CANONIZAÇÃO DE SÃO DOMINGOS SAVIO

 

Santa Missa, com a presença da urna do Santo

Lecce, 16 de maio de 2004

Com grande alegria cumprimento a todos e a cada um de vós, caros irmãos e jovens do MJS da Itália Meridional.

Cumprimento todos os que, membros da Família Salesiana ou amigos de Dom Bosco, vieram a Lecce neste fim de semana, à Basílica de São Domingos Sávio, para homenageá-lo no cinqüentenário da sua canonização.
Bem-vindos à casa de Dom Bosco!

Dou as boas-vindas a todos vós. E, sobretudo, dou as boas-vindas na Basílica a este jovem santo, aluno de Dom Bosco, a quem é dedicada. Creio que seja a primeira vez que Domingos Sávio se encontra em sua casa, e esta é certamente a única Basílica no mundo que lhe tenha sido dedicada.

Bem-vindo a esta Casa, caríssimo Domingos! Bem-vindo a ti que vens para enriquecer de santidade a Inspetoria Meridional, que nos vens fazer um apelo à santidade, que vens fazer um apelo aos jovens para viverem a santidade como “medida elevada de vida cristã”.

Obrigado porque nos vens recordar que esta é a nossa vocação, que nascemos para isso, que este é o “sonho de Deus” a nosso respeito. Obrigado porque nos convidas a descobrir a alegria de viver a verdadeira comunhão com o Pai que está nos céus e com o Filho unigênito Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo. Obrigado porque nos dá testemunho de que a santidade não é algo de impensável e de impossível, mas que é possível e, até mesmo, fácil, como Dom Bosco te fez descobrir, porque a santidade é, antes de tudo, dom de Deus.

Salesianos: modelos e guias de santidade

Caríssimos irmãos e irmãs, caríssimos jovens, diante de São Domingos Sávio, que é o mais belo fruto da pedagogia de Dom Bosco, dirijo-vos ainda uma vez o apelo feito na Estréia deste ano de 2004 que encontrou justamente a sua inspiração no cinqüentenário da canonização de Domingos Sávio: “relancemos a todos os jovens, com convicção, a alegria e o empenho da santidade como ‘medida alta de vida cristã ordinária’ (cf. NMI 31)”.

Tende a coragem de propor o máximo a todos os jovens e de individuar-lhes propostas coerentes com o Evangelho que jamais desçam a compromissos.

Apresentai Domingos Sávio como modelo de santidade juvenil numa sociedade que parece educar sempre mais os seus filhos ao conformismo, à cultura do prazer e do efêmero, ao egoísmo.
Domingos Sávio não é uma pequena figura adocicada. Ele era um jovem corajoso. Quando entendeu que Deus era seu pai e todos os outros seus irmãos, agiu em conseqüência.

Tudo isso ele o aprendeu na casa de seus pais, e com Dom Bosco em Valdocco. Isso nos faz entender que os jovens precisam de guias e de modelos. Somos convidados a modelarmos por primeiros a nossa vida na de Dom Bosco para ser como ele educadores santos, para saber indicar aos jovens vértices mais altos a alcançar e renovar a vontade de ser seus guias.

Hoje como ontem, os jovens apresentam problemas e esperam respostas. Hoje como ontem, os jovens procuram pessoas dispostas a acolhê-los, escutá-los, acompanhá-los. Hoje como ontem, os jovens querem um “Dom Bosco” ao seu lado. Sejamos Dom Bosco para eles. Proponhamos a eles, com coragem, um programa de vida assim como Dom Bosco fez com Domingos Sávio. Ajudemos os garotos e os jovens a assumirem a vida como um dom, a vivê-la na verdadeira liberdade e com alegria. Digamos-lhes que a energia e a garantia do seu crescimento é a amizade com Jesus, é fazer experiência de Deus. Eduquemo-los, enfim, a abrirem-se à responsabilidade, ao serviço, à solidariedade, à caridade.

Na esteira de Domingos Sávio

Eu dizia no comentário à Estréia que era importante re-atualizar a iconografia de Domingos Sávio, não através de uma maquiagem que o tornasse mais moderno e atraente, mas recuperando a sua história e redescobrindo a sua exemplaridade. Quem foi, então, Domingos Sávio, qual foi o seu caminho histórico e o seu caminho espiritual?

O padre professor em Mondonio, P. Cugliero, era colega de seminário de Dom Bosco. Ao encontrá-lo certo dia, disse-lhe: “Tenho um garotinho para mandar ao teu Oratório. Sua mãe, Ana Rosa Brígida Doretea Agagliate, a costureira do lugar, é uma santa mulher. E ele é de uma rara bondade. Farei com que o encontres”.

Dom Bosco, de fato, encontrou-o em 2 de outubro de 1854, no pequeno pátio diante de sua casa nos Becchi. Ficou aturdido. Escreveu: “Percebi naquele jovem um espírito totalmente segundo o Espírito do Senhor, e fiquei não pouco admirado considerando a ação que a graça de Deus tinha operado em tão tenra idade”, Franco e decidido, utilizando como metáfora o trabalho de sua mãe, Domingos lhe disse: “Eu sou o tecido; o senhor seja o seu alfaiate. Aceite-me, então, em sua casa e faça de mim um belo hábito para presentear ao Senhor... Eu desejo ardentemente ser sacerdote”.

Vinte dias depois Domingos já estava no Oratório de Valdocco e pôs-se a caminhar veloz pela ‘estrada’ que Dom Bosco lhe traçou “para ser santo”: alegria, empenho na oração e no estudo, fazer o bem aos outros. Para percorrer com constância essa estrada, Dom Bosco recomendou-lhe que conservasse e fizesse crescer o amor a Nossa Senhora, amor que sua mãe já lhe tinha posto no coração. Em 8 de dezembro de 1854, enquanto em Roma o Papa declarava “verdade de fé” a Imaculada Conceição de Maria Santíssima, Domingos ajoelhava-se diante do altar da Mãe de Deus, consagrando-se a ela e proclamando algumas linhas que tinha escrito num pobre pedaço de papel: “Maria, dou-vos o meu coração. Fazei que seja sempre vosso. Jesus e Maria, sede sempre vós os meus amigos, mas por piedade, fazei-me morrer antes que me aconteça a desgraça de cometer um único pecado”. Não pôde sabê-lo, mas por quase cem anos as mesmas palavras foram a oração dos aspirantes salesianos.

Ele percorreu com galhardia o caminho que Dom Bosco lhe indicou. Não só estudou e rezou como um anjo, mas fez o bem aos outros com uma coragem franca, simples, estonteante.

A obra-prima foi realizada em 8 de junho de 1856 quando reuniu num grupo Miguel Rua, João Cagliero, Francisco Cerruti, José Bongioanni e uma dezena de jovens fortes e generosos, fundando com eles a ‘Companhia da Imaculada’. Comprometeram-se a ser pequenos apóstolos entre os colegas, a ficarem ao lado de quem estava triste e se sentia só, a difundir alegria e serenidade. Por mais de cem anos (até 1967), a ‘Companhia da Imaculada’ teria sido em cada obra salesiana o grupo dos jovens mais empenhados e o cenáculo das futuras vocações salesianas.

Nove meses depois, enquanto estava em família para recuperar-se na saúde, foi ao encontro de Deus. Era o dia 9 de março de 1857.

Recordando o que Domingos Sávio viveu, percebemos que a estrada para a nossa santificação passa também através da nossa vontade de nos entregarmos inteiramente ao Senhor e para sempre, de conservar uma alegria estável e contida, de ser fiéis aos nossos deveres de trabalho e de oração, de empenhar-nos em fazer o bem aos outros. Como a sua, a nossa santificação é sustentada pela graça de Deus através dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação. Como a sua, a nossa santificação é acompanhada de uma devoção a Nossa Senhora, terna e madura ao mesmo tempo. Como a sua, a nossa santificação precisa de um “Dom Bosco”, um diretor espiritual que nos ajude a fazer do nosso tecido um belo hábito para o Senhor.

Conclusão

Aqui, em nosso meio está agora a urna que contém as relíquias de São Domingos Sávio. É muito bonito vê-lo representado numa estátua com os braços estendidos para o céu, com os olhos abertos a contemplar a luz do Senhor. “Oh! Que bela coisa eu estou vendo…”, foram suas últimas palavras antes de morrer, naquele 9 de março de 1857, enquanto intuía a beleza do paraíso.

A beleza do paraíso, porém, caríssimos irmãos e irmãs, caríssimos jovens, já está aqui, está no nosso meio! A beleza do paraíso é dada pela vossa vida consagrada, totalmente votada ao Senhor, pela vossa generosa dedicação à missão, pela vossa bondade para com todos e cada um, pela vossa alegria, pelo vosso desejo de ser santos e pela coragem que despendeis para que esse desejo se realize. Enfim, da Eucaristia que é uma antecipação da comunhão total e definitiva com Deus.

Vede, Domingos Sávio – como dele nos disse o próprio Dom Bosco – “era de carne e de osso como nós, tinha as mesmas más inclinações como todos nós, fora educado no oratório, estudava e ia às aulas como vós, brincava e divertia-se como todos vós, era apenas um pouco melhor e deixou-nos um exemplo”.

E, então – são ainda palavras de Dom Bosco, mas são também as palavras que desejo dizer com grande afeto a cada um de vós –, “se ele era assim, se ele conseguiu ser santo, porque não o podemos ser também nós?”


P. Pascual Chávez V.
Basílica de São Domingos Sávio – Lecce, 16.05.04