Venerável: 2-6-1994
Beatificado: 19 de junho de 2005
Celebração litúrgica: 30 de janeiro
Bronislau Markiewicz nasceu no dia 13 de julho de 1842 em Pru- chnik, Polônia, na atual arquidiocese de Przemyśl dos Latinos, sexto dos onze filhos de João Markiewicz, prefeito da cidade, e Mariana Gryziecka. Recebeu, na família, uma sólida formação religiosa. Contudo, mais tarde, no período dos estudos ginasiais em Przemyśl viveu certa he- sitação na fé, causada em grande parte pelo ambiente muito antirreli- gioso reinante na escola. Contudo, conseguiu superá-la readquirindo logo serenidade e paz interior.
Obtido o bacharelado, o jovem Bronislau, sentindo-se chamado por Deus ao sacerdócio, entrou em 1863 no Seminário-Maior de Przemyśl. Completado o itinerário regular dos estudos, é ordenado sa- cerdote em 15 de setembro de 1867. Depois de seis anos de trabalho pastoral como vigário paroquial na paróquia de Harta e na catedral de Przemyśl, desejando preparar-se ainda mais para trabalhar com a ju- ventude estudou mais dois anos de pedagogia, filosofia e história nas universidades de Leópolis e de Cracóvia. Em 1875 foi nomeado pároco de Gać e em 1877 em Blażowa. Em 1882 foi-lhe confiado o ensino de Teologia pastoral no Seminário-Maior de Przemyśl.
Sentindo-se chamado à vida religiosa, partiu em novembro de 1885 para a Itália e entrou entre os Salesianos, tendo a alegria de encontrar-se com Bosco em cujas mãos emitiu os votos religiosos em 25 de março de 1887. Como Salesiano ocupou diversos cargos que lhe foram confiados pelos superiores e procurou realizá-los com dedicação e zelo. Devido à austeridade de vida e a diversidade do clima, em 1889 Bronislau ficou gravemente doente de tuberculose, a ponto de ser considerado perto da morte. Retomando-se da doença, convalesceu na Itália até 23 de março de 1892 quando, com a permissão dos superiores, retornou à Polônia, assumindo o encargo de pároco em Miejsce Piastowe, na sua diocese de origem, Przemyśl.
Além da atividade paroquial ordinária, Bronislau Markiewicz de- dicou-se, no espírito de Dom Bosco, à formação da juventude pobre e órfã. Para tanto abriu em Miejsce Piastowe um instituto no qual oferecia apoio material e espiritual aos educandos, preparando-os para a vida com a formação profissional nos cursos abertos no mesmo instituto. Em 1897 decidiu fundar, para essa finalidade, duas Congregações religiosas inspiradas na espiritualidade de Dom Bosco, adaptando as suas regras à especificidade do próprio carisma. Recebido novamente entre o clero de Przemyśl, padre Markiewicz continuou a atividade de pároco e de diretor do Instituto ao qual deu como programa Temperança e Trabalho (1898). Procurou obter a sua aprovação como Congregação religiosa, sob a proteção de São Miguel Arcanjo, com um ramo masculino e outro feminino. A aprovação só foi dada alguns anos depois da sua morte, em 1921 à Congregação de São Miguel Arcanjo (“Padres Miguelitas”), e em 1928 à Congregação das Irmãs de São Miguel Arcanjo (“Irmãs Migueli- tas”).
Padre Bronislau continuou, sempre com a aprovação e a bênção do bispo, São José Sebastião Pelczar, a sua atividade de formação de jovens e crianças, órfãos e abandonados, servindo-se da ajuda de colaborado- res para cuja preparação e formação contribuiu pessoalmente. Ainda em Miejsce Piastowe, ele oferecera casa e formação a centenas de jovens, doando-se inteiramente a eles. Desejoso de fazer sempre mais em favor deles, em agosto de 1903, padre Markiewcz abriu uma nova casa em Pawiikowice, perto de Cracóvia, onde encontraram casa e possibilidade de formação espiritual e profissional mais de 400 órfãos.
A dedicação total aos jovens, a abnegação heroica de si e um traba- lho gigantesco a realizar fizeram com que logo se esgotassem as forças do padre Markiewicz, minando a sua saúde já muito comprometida pe- las enfermidades contraídas na Itália. Isso tudo o levou muito rapida- mente ao fim de sua peregrinação terrena, que se deu em 29 de janeiro de 1912.
O Beato Bronislau Markiewicz distinguiu-se pelo grande amor a Nosso Senhor e ao próximo, especialmente o mais pobre, despreza- do, abandonado e órfão, a quem dedicou-se inteiramente. Vivia pro- fundamente desejoso de acolher um número sempre maior de jovens e oferecer-lhes o calor humano que tanto lhes faltava. Esse profundo desejo é expressado nestas suas palavras: “Gostaria de recolher milhões de jovens abandonados, de todos os povos, nutri-los gratuitamente e vestir seus corpos e espíritos”. Até a morte, ele permaneceu fiel a este imperativo do amor, unido à sua corajosa opção pelos pobres, aceitando heroicamente todas as consequências que brotaram dessas opções.