Santidade Salesiana

Filipe Rinaldi

ARCHIVIO:

 

 

Venerável: 3-1-1987
Beatificado: 29-4-1990
Celebração litúrgica: 5 de dezembro

“A palavra que mais me fez bem foi quando lhe disse que temia algum dia fazer uma das minhas, fugindo. E ele respondeu-me: ‘eu iria buscá-lo’”. Esta imediata e afetuosa resposta do padre Paulo Albera, diretor da casa salesiana de Gênova - Sampierdarena, ao jovem Feli- pe Rinaldi, de vinte e um anos, que estava no colégio para discernir sobre a sua vocação, encerra uma verdadeira estratégia (a mesma já usada por Dom Bosco) numa situação espiritual que se poderia definir como, de um lado, o não se sentir chamado e, de outro, o continuar a ser chamado.

Nascido em Lu Monferrato (província de Alessandria, Piemonte) em 28 de maio de 1856, oitavo de nove filhos, Felipe conheceu Dom Bosco aos cinco anos de idade, durante um dos muitos passeios que o santo sacerdote fazia com seus jovens. Seu temperamento juvenil não era o que se poderia esperar propriamente de um santo, mas Dom Bos- co também soube perceber nele um bom tecido para fazer dele um bom educador. Aos dez anos é levado para os estudos na casa salesiana de Mirabello. Ali ele viu Dom Bosco duas vezes e logo o sentiu como seu amigo. Após ser objeto de uma humilhação, ele volta para a família, onde, porém, lhe chegam cartas do Santo dos jovens que o convida a retornar: “As casas de Dom Bosco estão sempre abertas para ti”. Con- fidenciará mais tarde: “eu não tinha nenhuma intenção de ser padre”. Dom Bosco, porém, pensa diversamente. Vai encontrá-lo em 1876. Fe- lipe, está agora com vinte anos e uma proposta de casamento. Dom Bosco conquista-o definitivamente para a sua causa. Padre Rinaldi confessará mais tarde: “A minha opção recaía sobre Dom Bosco... Ele respondera a todas as minhas objeções”. Permanecerá ainda um ano em família, preocupado com os estudos, a dor de cabeça e o olho esquerdo doente. “Vem! – foi o último paciente convite de Dom Bosco – A dor de cabeça passará e, da vista, terás o suficiente para estudar”. Repensando nas resistências apresentadas, exclamará um dia: “Façam Nosso Senhor e Nossa Senhora com que, depois de ter resistido tanto à graça no pas- sado, não tenha mais que abusar dela no futuro”. Aos vinte e um anos, Felipe Rinaldi iniciou em Sampierdarena o itinerário para as vocações adultas. Em 1880, depois do noviciado, emitiu os votos perpétuos nas mãos do próprio Dom Bosco. Quando em 23 de dezembro de 1882, dia da sua ordenação sacerdotal, ouvir Dom Bosco perguntar, como con- clusão do longo período de discernimento vocacional: “E agora, estás feliz?”, responderá com comoção filial: “Sim, se me conservar com o senhor!”.

Dos seus 49 anos de sacerdócio, vemo-lo nos primeiros vinte suces- sivamente diretor em Mathi Torinese, um colégio para vocações adultas, depois em Turim - “São João Evangelista”, e em Barcelona Sarriá, Espa- nha. A poucos dias da morte de Dom Bosco, padre Rinaldi quis confes- sar-se com ele, e este, depois de absolvê-lo, já sem forças, disse-lhe ape- nas uma palavra: “Meditação”. Em 1889, o padre Miguel Rua, primeiro sucessor de Dom Bosco, nomeou-o diretor de Sarriá, nas proximidades de Barcelona, Espanha, dizendo-lhe: “Terás que resolver coisas muito delicadas”. Em três anos levantou a obra com a oração, a mansidão e a presença paterna e animadora entre os jovens e na comunidade salesia- na. Foi, então, nomeado inspetor da Espanha e Portugal, contribuindo de modo surpreendente para o desenvolvimento da Família Salesiana em terras ibéricas. Em apenas nove anos, também graças à ajuda eco- nômica dada pela nobre senhora venerável Doroteia Chopitea, o padre Rinaldi fundou dezesseis novas casas. Padre Rua, depois de uma visita, ficou impressionado com ele e, em seguida, em 1901, nomeou-o Prefei- to-Geral da Congregação. Nesta nova responsabilidade, o padre Rinaldi continuou a trabalhar com zelo, sem jamais renunciar ao seu ministério sacerdotal. Realizou por cerca de vinte anos o seu serviço de governo com prudência, caridade e inteligência. Depois da morte do beato pa- dre Rua, em 1910, Felipe Rinaldi foi reeleito Prefeito e Vigário do novo Reitor-Mor padre Paulo Albera. Num cargo aparentemente burocrático, atuou deixando marcas significativas. Tornou-se, sobretudo, um exper- to diretor de espírito; levantava-se muito cedo e, depois de celebrar a santa Missa, iniciava às cinco da manhã suas duas horas de confessioná- rio.

Vemo-lo nos últimos nove anos na orientação suprema da Congre- gação; sucederá ao padre Paulo Albera em 24 de abril de 1922. Quan- do foi eleito diretor pela primeira vez, escreveu ao padre Júlio Barberis: “Eu diretor! Mas não sabem o que é entregar os pobres jovens à ruína? Surpreendo-me só de pensar nisso”. Eleito Reitor-Mor dirá: “Garanto- vos que, para mim, é uma grande mortificação; rezai ao Senhor para que possamos não estragar o que Dom Bosco e seus sucessores fize- ram”. Adequou o espírito de Dom Bosco aos novos tempos, e no serviço de Reitor-Mor evidenciou principalmente os seus dotes de pai e a sua riqueza de iniciativas: o cuidado das vocações, a fundação de centros de assistência espiritual e social para jovens operárias, a orientação e o apoio às Filhas de Maria Auxiliadora num momento particular da sua história. Deu grande impulso aos Salesianos Cooperadores; instituiu as Federações mundiais dos ex-alunos e das ex-alunas, dando-lhes forte impulso organizativo. “Os ex-alunos – dizia – são o fruto dos nossos trabalhos. Em nossas casas, não trabalhamos para que os jovens sejam bons apenas enquanto estão conosco, mas para fazer deles bons cristãos. Por isso, a obra dos ex-alunos é obra de perseverança. Sacrificamo-nos por eles e o nosso sacrifício não deve ser perdido”. Trabalhando entre as Zeladoras de Maria Auxiliadora, intuiu e percorreu um caminho que levava a atuar uma nova forma de vida consagrada no mundo, que em seguida haveria de florescer no Instituto Secular das “Voluntárias de Dom Bosco”. Seu reitorado foi sobretudo fecundo. A Congregação Sale- siana desenvolveu-se prodigiosamente: de 4.788 membros em 404 casas a 8.836 em 644 casas, numa atmosfera em que “mais se respirava o afeto do pai do que a autoridade do superior”. O impulso que deu às missões salesianas foi enorme: fundou institutos missionários, revistas e associa- ções, e durante o seu reitorado 1.800 Salesianos partiram para o mundo todo, atuando assim a profecia de Dom Bosco de que, tendo pedido como novel sacerdote para ir às missões, ouviu responder: “Tu ficarás aqui. À missão mandarás outros”. Fez inúmeras viagens pela Itália e Eu- ropa. Dilatou um zelo e uma paternidade admiráveis, sublinhando que a verdadeira fisionomia da Obra salesiana não está tanto nos sucessos exteriores, quanto na profunda, serena e calma vida interior. Traduziu este seu conceito dinâmico de espiritualidade e trabalho em forma so- cialmente eficaz, atuando junto a Pio XI para que fosse concedida a in- dulgência do trabalho santificado. Mestre de vida espiritual, reanimou a vida interior dos Salesianos, demonstrando sempre uma absoluta fé em Deus e uma ilimitada confiança em Maria Auxiliadora.

“É verdade – atestou o padre Pedro Ricaldone, seu sucessor – que ele teve muitas vezes fragilidade de saúde, mas conseguiu fazer um bem extraordinário. Ocupou-se com descortino da formação do pessoal com reuniões, visitas, escritos que o fizeram ser apreciado e amado por to- dos”. Foi um trabalhador incansável. De muitíssimos modos e por toda a vida, sem economizar cansaços, esforçou-se para aumentar entre os tra- balhadores e trabalhadoras de qualquer categoria as formas associativas e as organizações de poupança que terminaram sempre no crescimento do sindicalismo cristão e das obras de previdência. Recomendou aos Salesianos de modo especial a assistência aos emigrados sem distinção de nacionalidade, acentuando o máximo universalismo na caridade.

Entre os vultos de santos salesianos, o que caracteriza o padre Rinaldi é a nota de paternidade. Como diretor, aos 33 anos, propu- sera-se: “Caridade e mansidão para com os irmãos, suportando tudo o que me possa acontecer”. Como inspetor, dirá: “Sarei pai. Evitarei os modos ásperos. Quando vierem falar comigo, não os deixarei perceber que estou cansado ou com pressa”. Do padre Rinaldi, o padre Francesia, Salesiano da primeira geração, dirá: “Só lhe falta a voz de Dom Bosco. Tudo o mais, ele o tem”. Antes de morrer, um acontecimento o encherá de extraordinária alegria: a beatificação de Dom Bosco, que se deu em 2 de junho de 1929. Guiará até Roma uma multidão de 15 mil pessoas. Estava para iniciar o ano do seu cinquentenário de sacerdócio quando faleceu serenamente em 5 de dezembro de 1931, atento a ler a vida do padre Rua. Seus despojos repousam na cripta da basílica de Maria Auxiliadora em Turim.

 

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